sábado, 27 de setembro de 2014

Recinto







Entrei num recinto silencioso...
As paredes não me diziam muita coisa,
e muito pouco o meu tato revelava.

No final da linha trêmula de passos,
vi nascer a sala reservada,
cuja beleza eu não previa e
que em mais nada no mundo se repete.

Permaneci estupefata naquele vão
— era a sala quieta do teu peito,
os afastados cantos do sentir profundo.

Estupefata, porque eu vi ali postado
um amor infinito, dentro do limitado,
sapateando nas dimensões do mundo...


Poema: Elaine Regina
Imagem: Lucas Cavalhiro


© Todos os direitos reservados – registrado no Escritório de Direitos Autorais/Fundação Biblioteca Nacional