sábado, 29 de dezembro de 2012

Feliz 2013!





Que Deus abençoe a todos e que o ano de 2013 seja repleto de paz, amor, compaixão, entendimento, tolerância. Que os homens possam encontrar a verdadeira felicidade dentro de si mesmos e que possam amar cada vez mais uns aos outros. Que haja fraternidade, luz em nossos corações. Amém.

Feliz Ano Novo, meus amigos!

Elaine Regina


sábado, 22 de dezembro de 2012

Eram a pele e o avesso







Eram a pele e o avesso.
Somente eu divisava aquele teto.


Pintei o lado calado.
Na pele, fiz um mapa,
um tratado.
Listei as direções seguras.


Amarrei um olhar atento
a cada porta vergada;
às janelas, mandei que se apartassem
de qualquer sussurro estranho.


Mas depois, meu Deus, eu vi um homem
desatarraxando as direções
e pintando tudo de infinito.


Nem pude reagir.
Virei tela indefesa
nas mãos do artífice do Verbo.


Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido


© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional

sábado, 15 de dezembro de 2012

Gravidez








Quando soube que estava grávida, corri do mundo.
Queria que a gestação fosse tranquila
– eu precisava proteger aquele feto, aquele novo ser, o mais que eu pudesse.
A minha gestação foi mais solitária e mais difícil do que eu imaginava...


Senti as dores muito cedo e tive outras complicações.
Em vários momentos, achei que não daria à luz.
Mas eu sabia que precisava ser forte...


Nem sei quanto tempo durou o parto.
Mas a criança veio.
Era menina.


Nasci


Poema: Elaine Regina
Edição de imagens: Elaine Regina (todas as imagens utilizadas são de autores desconhecidos)




© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional  

sábado, 8 de dezembro de 2012

O trabalho







O trabalho nunca nos deixa.
Os frutos estão distantes.
O suor é chuva abundante:
nunca cessa.
Afoga o rosto do homem,
porém,
respinga pouco na terra e na semente.


O suor corre,
tem a pressa das pernas atrasadas.
Os frutos não têm pernas,
arrastam-se.
São preguiçosos:
quando estão de olhos abertos, tenhamos certeza
– tenhamos mesmo certeza –
de que eles apenas abriram os olhos.
Portanto, não vá pensando em frutos maduros...


Que o suor corra então sempre na frente,
porque os frutos, no tempo certo, virão atrás.


Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido



© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional

sábado, 1 de dezembro de 2012

Tudo passa!







Tudo passa! É, tudo passa.
Tudo.
Tudo.
Tudo.
Tudo passa.
Esse é mais um motivo para eu andar sempre num ritmo conveniente,
pois sabe-se lá... vai saber...
posso, um dia, por um passante ainda ser
atropelada.


Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido


© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional 

sábado, 24 de novembro de 2012

Parentesco









Às vezes, o vento é tão sutil, tão discreto
que é preciso uma atenção multiplicada para senti-lo,
para percebê-lo.
Mas eu vejo quando ele sinaliza com as folhas das árvores,
quando ele as balança distraidamente,
quase como se não quisesse balançá-las.
Eu sei o que se passa nessas horas:
o vento é amortecido pela própria nostalgia,
pela falta que sente da terra dos seus iguais.
Sei bem como ele se sente...
Também sinto essa mesma falta.
A diferença é que eu passo a vida,
a vida distante dos meus iguais,
tocando outras (infinitas) folhas.



 
Poema: Elaine Regina
Imagem: sadness by janesdead


© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional

sábado, 17 de novembro de 2012

Enlace de carinhos






Oh, meu lírio de veias flamejantes,
meu poeta vestido de armadura
que, numa fenda em mim de tal fundura,
derrama borboletas delirantes!


Com palavras unidas feito amantes,
fazes rendas perfeitas de doçura...
E, arrebatada, eu beijo com loucura
este enredo febril dos navegantes!...


Vou prender o frescor dos teus cabelos,
guardar a ponta aberta dos teus ares
e sorver o cetim dos teus apelos!...


Pegarei cada flor dos teus pilares...
Quero ter os teus olhos e bebê-los...
Ser um verso cantado por teus mares!

Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido



© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional  
Atualizado em 22/12/2013

sábado, 10 de novembro de 2012

Difícil explicar







Difícil explicar por que gosto tanto de conversar com a madrugada.
Deve ser porque ambas somos caladas
– irremediavelmente caladas.
Além disso,
é enquanto as pessoas dormem, cegas, enterradas em seus pequenos mundos,
que nós duas mais vivemos.


Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido




© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional  

sábado, 3 de novembro de 2012

Foi o sentir da tua presença






Foi o sentir da tua presença em pensamento
que afugentou as sombras tristonhas
postadas em volta do meu ser caído.

Foi esse pouso de calma do teu peito,
do teu corpo estendido na imagem levantada
pela vontade perene dos meus olhos,
que recebeu o desaguar exausto
das angústias insones da minha alma.

Do meu deserto de dúvidas firmadas,
entendi que a vida só pode persistir
além do fechamento irreversível dos olhos:
porque um amor como o nosso
não cortará os próprios passos
ao perceber a mão suspensa da morte.
Simplesmente sorrirá para o sinal avistado
e continuará andando...


Poema: Elaine Regina
Imagem: autor desconhecido



© Todos os direitos reservados - registrado no EDA/Fundação Biblioteca Nacional