sábado, 1 de novembro de 2014

Dando um tempo...





Olá a todos!

É com um pouco de tristeza que venho avisar que ficarei distante da blogosfera por tempo indeterminado. Há anos ando desanimada com o meu blog, desde a época da Fênix (meu blog antigo). E as coisas não melhoraram, essa é a verdade. Já pensei em desativar o Canto algumas vezes, o que me impede é a esperança de que ele sirva como um registro importante para a minha poesia. Acredito que eu deva ter uma "vitrine" para expor os meus escritos e para obter leitores, ainda que poucos. É só essa pequena esperança que ainda mantém o Canto aberto.

Ainda não sei o que vou fazer a respeito. Talvez não volte a atualizar este blog tão cedo, talvez ele fique como um exemplar de um livro já publicado que, embora não receba novas alterações e modificações, ainda pode ser folheado.


A necessidade de abrir uma nova fase da minha vida, com novas escolhas, novas experiências, é o que está me levando a admitir publicamente que está difícil fingir que está tudo bem e que estou feliz com o meu blog. Embora seja muito duro para mim dizê-lo abertamente, assim como será muito duro tomar novos rumos a respeito de outros lados da minha vida. Não há mistério nas minhas novas decisões: estou profundamente cansada, exausta... Cansada de escolher sempre os mesmos caminhos, de seguir as mesmas trilhas. Acredito que chegou a hora de tomar direções novas, porque há sonhos ainda que não consegui realizar. E o meu coração não suporta mais viver sem a realização desses sonhos.


Agradeço muito aos poucos que me visitam e me deixam comentários carinhosos, agradeço à Helena Medeiros Helena, ao Nilson Barcelli, ao Machado de Carlos e a outros que por aqui passaram (sejam leitores novos ou leitores antigos). Pretendo visitá-los assim que me sentir melhor e mais leve. E peço, antecipadamente, desculpas pela demora que eu acho que essas visitas terão.


Beijo no coração de cada um de vocês que passaram e ainda passam por aqui.


Elaine Regina


sábado, 27 de setembro de 2014

Recinto







Entrei num recinto silencioso...
As paredes não me diziam muita coisa,
e muito pouco o meu tato revelava.

No final da linha trêmula de passos,
vi nascer a sala reservada,
cuja beleza eu não previa e
que em mais nada no mundo se repete.

Permaneci estupefata naquele vão
— era a sala quieta do teu peito,
os afastados cantos do sentir profundo.

Estupefata, porque eu vi ali postado
um amor infinito, dentro do limitado,
sapateando nas dimensões do mundo...


Poema: Elaine Regina
Imagem: Lucas Cavalhiro


© Todos os direitos reservados – registrado no Escritório de Direitos Autorais/Fundação Biblioteca Nacional
 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Retornando em setembro






Meus amigos, peço desculpas. O problema do pc já foi resolvido há algumas semanas, mas fiquei ocupada com certos projetos. Como eu já havia deixado um aviso aqui, achei que seria dispensável deixar um novo para dizer que eu ia ficar novamente afastada. (risos)


Àqueles que têm me comentado apesar do meu silêncio, deixo o meu carinho e digo que logo lhes farei uma visita. Podem me esperar.

Retorno no mês que vem, se Deus quiser.

Obrigada por tudo!

Elaine Regina



sábado, 21 de junho de 2014

Aviso

Meus amigos, estou sem computador. Por isso, não tenho postado ultimamente.

Espero resolver esse problema nas próximas semanas.

Aos leitores que me acompanham (espero que existam, ainda que sejam poucos...), digo que voltarei assim que puder, pois tenho dezenas de poemas prontos, que ainda desejo publicar.

Fiquem bem. Beijos a todos.

Elaine Regina

sábado, 17 de maio de 2014

Entrevista

Olá, pessoal, tenho a honra de compartilhar uma entrevista que dei à minha grande amiga, professora de Literatura e sogra de consideração e coração, Graça Larcerda. Eu respondi às perguntas há pouquíssimo tempo, agora no dia 14 de maio de 2014. Espero que gostem, pois foi um verdadeiro prazer falar sobre mim e sobre a poesia, de um modo geral.

Abraços a todos!


P.S. Estou postando a entrevista na íntegra, exatamente como Graça postou em seu facebook.








`*.¸.*✻ღϠ₡ღ¸.✻´´¯`✻.¸¸.Ƹ̴Ӂ̴Ʒ..

Amados!
Preparei uma ''pequena'' grande Entrevista com uma poeta que, na minha opinião, vai despontar como uma das mais mais no Brasil. Tenho meu faro apurado para expoentes em fase de germinação, e sempre acerto!!!rs
Menina madura, inteligente e de olhar curioso sobre o mundo!
Quem é da Literatura, e aqueles que também não são da área mas apreciam, estão convidados!
Leiam e deliciem-se com suas palavras!

1. Elaine Regina, a poeta. Quem é Elaine?

Bem, é muito difícil definir a mim mesma. Na verdade, eu acho muito difícil qualquer ser humano definir a si mesmo...
Eu sou formada em Administração, pela Universidade Federal da Bahia. Contudo, não estou atuando na área.
Em relação à Elaine como pessoa... Não há nada de especial que eu possa dizer a respeito de mim mesma. (risos) Sou uma pessoa simples. Nas horas vagas, gosto de conversar com os amigos (e a entrevistadora sabe bem disso... rsrsrs), ler, escrever, ouvir música... amo estar em contato com a Natureza também. Há mais sobre mim, é claro, mas tenho certeza que os leitores não estarão interessados. (risos)

2. De modo geral, poeta que é, com Antologia publicada, como você enxerga a blogosfera e também espaços culturais e de divulgação literária no nosso universo virtual?

Olha, esse é um ponto bastante delicado... De um modo geral, acho que o Brasil não valoriza a literatura, a poesia. As pessoas ainda preferem simplesmente assistir a uma novela ou a um filme. Eu também adoro filmes e seriados, sou viciada (novelas já não me interessam tanto, faz tempo, devido ao uso das velhas "receitas" de sempre, das mesmas histórias de sempre). Entretanto, não dispenso um bom livro. Ainda acho que a leitura é imprescindível para o ser humano, para que este amadureça a sua visão de mundo, a sua expressão, a sua comunicação, a sua maneira de raciocinar e pensar. Ler é uma das atividades mais prazerosas que existem. Nada se compara a entrar numa história, a imaginar os personagens, as suas expressões faciais, as suas vestimentas, as suas vozes, os lugares descritos nas páginas... É tudo mágico! E um livro (físico) ainda é a forma mais gostosa e prática de entrar em contato com outros mundos, na minha opinião, pois pode ser carregado para qualquer canto e lido a qualquer momento. É uma delícia!

Voltando à questão dos espaços virtuais, eu percebo (e isso é uma experiência minha) que geralmente há uma "troca de favores" entres os blogueiros (em blogs de poesia ou em outros tipos de blogs). É o velho "me comenta que eu te comento, leia-me que eu te leio". Por algum tempo, tentei entrar nesse "sistema", mas não consegui, porque eu andava desanimada com a falta de leitores, e visitar os blogueiros apenas para ser visitada não estava melhorando as coisas. Eu tentei e, por algum tempo, esse método deu algum resultado. Mas eu continuava infeliz... Com isso, acabei abandonando o meu primeiro blog, que se chamava "A fênix que renasce". Algum tempo depois, abri outro blog ("o Canto e o Silêncio do Verbo"), mas fiz questão de vedar a possibilidade de ser "seguida". Não há o recurso "seguidores" no meu blog atualmente. E eu fiz isso porque não quero "seguir" apenas para ser seguida e também não quero que ninguém "me siga" apenas para ser seguido. Eu quis me dar liberdade e liberar as pessoas. Achei mais justo e mais honesto comigo mesma e com os demais. No entanto, preciso ressaltar que eu respeito (e muito) as pessoas que se esforçam para obter muitos seguidores, que se esforçam para visitar os blogs com os quais têm contato. Quero deixar claro que não vejo nada de errado nisso. Nada. Muito pelo contrário. Essas são pessoas que merecem a minha admiração pelo empenho e pelo tempo gasto nas visitas aos espaços de outras pessoas. O problema todo é que eu não sou uma pessoa muito prática, tenho dificuldades para manter certas atividades... e visitar a blogosfera regularmente era (é) uma delas.

3. Estou sabendo que você possui (engavetados!) mais de 60 (sessenta) poemas seus, é verdade isso, Elaine? Conte pra gente.

Sim, é verdade. (risos) Mas eu posso explicar... No ano passado (2013) participei de um concurso literário chamado Prêmio Paraná de Literatura. Esse concurso exigia que cada candidato mandasse um livro com, no mínimo, 70 páginas. Eu tinha alguns poemas guardados e, destes, escolhi uns 20 textos. O resto deve que ser cunhado em cerca de um mês e meio, se não me engano. Eu dei tudo de mim para este concurso. Sabia que o meu trabalho seria amplamente reconhecido se eu fosse vencedora. Mas eu não fui e eu soube aceitar o resultado de cabeça erguida, porque eu tinha total consciência do quanto eu tinha me esforçado para criar o livro que foi enviado a este concurso. Estava esgotada física e mentalmente. Cheguei a passar mal já no final do prazo da entrega, tamanho era o meu empenho. Passava o dia inteiro escrevendo, reescrevendo, revisando textos. E também lia alguns poetas (principalmente Mario Quintana) para estimular o meu processo criativo. Foi um período muito intenso.

Eu não ganhei o Prêmio Paraná de Literatura, mas acabei sendo chamada para participar de outro concurso literário, como convidada especial. O II Concurso O Velho Matemático, idealizado e organizado pelo escritor Paulo Henrique Gonçalves. Este foi um concurso do qual também participei no ano de 2013 e também não estive entre os vencedores. (risos) Mas, no final das contas, acabei me sentido muito honrada ao participar como convidada especial. E, por isso, Paulo (que acabou se tornando meu amigo depois do concurso), muito obrigada pela oportunidade, por tudo que fez por mim. Beijo!

4. Que significa (ou significou) para você a FÊNIX RENASCIDA?

(Risos) A ave mitológica fênix representava tudo que eu queria em determinada época da minha vida. Quando eu abri o blog que carregava o nome "A fênix que renasce" (nome este que depois percebi que era redundante, pois supõe-se que toda fênix que se preze renasça...), eu pensava em renovação, em força, em recomeço. A verdade é que eu queria encarar a vida como uma verdadeira fênix e renascer depois das dificuldades, dos fracassos, dos erros, dos momentos difíceis.

Mas, depois de um tempo, eu precisei me desfazer do blog, que representava um passado que eu estava querendo esquecer. A Fênix marcou uma época muito doída... eu era muito imatura como escritora, como mulher, como ser humano. Sabia que precisava deixar muitas coisas para trás e recomeçar. Para me tornar uma fênix, precisei abandonar a minha própria Fênix... E não me arrependo. A minha vida seguiu em frente, e eu consegui tomar novos rumos.

5. Que importância tem a poesia, os versos, de modo geral, em sua vida?

Hum... Preciso confessar que, por um tempo, a poesia foi a minha tentativa de me tornar grande perante as pessoas, de ter um lugar no mundo, de obter alguma importância aos olhos dos outros. Durante um tempo, eu acho que, no fundo, importava mais ser admirada pelo que eu escrevia. Mas isso passou. Hoje não penso mais desse modo. Atualmente, ser admirada não tem mais tanta importância. Embora a falta de leitores ainda me desanime um pouco, a sensação é diferente. Não há mais o desespero de antes, a angústia e, sobretudo, a dor... Quando eu percebia que as pessoas não me liam, que não davam importância ao que eu escrevia, sentia como se o meu próprio coração estivesse sendo ignorado. Não os meus textos, não os meus versos, mas eu mesma, o meu interior, a minha alma... E isso, é claro, doía, doía mais que tudo. Ninguém nesse mundo pode imaginar o quanto é difícil para um escritor, para um poeta, ver o descaso das pessoas em relação às suas criações, aos seus escritos. Mas sabe de uma coisa? A gente amadurece. Percebe que a arte deve ser um fim em si mesmo, que o artista precisa aprender a se libertar do julgamento dos outros e amar o que faz, incondicionalmente.

6. Como você explica, nesse avanço tão grande da tecnologia, que a Poesia não esteja abandonada?

Eu explico através da palavra "necessidade". O ser humano tem a necessidade de expressar o que sente e o que pensa. E a arte é uma das formas mais sublimes de fazer isso. E a poesia está dentro da arte. Portanto, na minha opinião, há uma necessidade por parte de quem escreve. E eu acredito que haja uma necessidade por parte de quem lê também (é um fato que nem todo mundo lê poesia, mas há, sim, leitores). A arte nos eleva, nos dá paz, alento, Fé... o leitor muitas vezes se enxerga no que determinado autor escreve. E é maravilhoso perceber que há sentimentos que são comuns a todos, que todos passam por momentos difíceis, que muitos sentem solidão, que muitos sofrem por amor. Tudo isso (e muito mais) ganha forma através da poesia, da pintura, da música, da escultura etc. É um alívio sentir que não estamos sozinhos nas batalhas da vida e alivia mostrar ao mundo o que sentimos. Por isso, as pessoas ainda leem poesia e, por isso, as pessoas ainda escrevem poesia.

7. Elaine, você mora em Salvador, Bahia. Conte-nos um pouquinho como é viver aí, as sensações, recordações, saudades...

Ah, parte boa! (risos) Salvador é uma cidade linda, com uma cultura riquíssima e com lugares deslumbrantes. Mas é uma cidade como outra qualquer e tem os seus problemas... Saúde, educação, transporte público, emprego... Há muita coisa para ser melhorada, disso não tenho a menor dúvida. De qualquer modo, é uma cidade abençoada, com pessoas incríveis, amigáveis. O calor do povo baiano é conhecido dentro e fora do Brasil. Claro que há, sim, pessoas que precisam amadurecer as suas posturas, que precisam se portar com mais consciência, cidadania, educação, respeito em relação aos outros, assim como há em todo lugar do mundo. Mas eu sempre procuro manter uma postura positiva, e eu ainda acho que aqui é o meu lugar. Nem todos sabem, mas eu não nasci aqui, nasci em Aracaju, no estado de Sergipe. Meus pais vieram para cá quando eu era muito pequena e aqui estou até hoje. (risos)

8. Quando foi que resolveu e tomou a decisão de escrever poemas?

Bem... Eu não escolhi escrever versos e também não sei se há alguém no mundo que escolhe ser poeta, talvez haja... No meu caso, escrevi o meu primeiro poema aos 10 anos de idade. Era um trabalho de português, da quinta série. Devíamos montar uma caderninho com poesias nossas e de outros autores. Mas eu era só uma criança, e é claro que não levei a poesia a sério. Depois disso, passei a escrever duas ou três poesias por ano. Passava meses distante dos poemas, mas, volta e meia, sentia necessidade de escrever alguma coisa. Fiquei assim por muito tempo... Só comecei a me dedicar à poesia no ano de 2011. Foi quando eu arregacei as mangas de verdade, comecei a escrever todos os dias, a estudar autores, a ler as obras de outros poetas, a estudar versificação. Tudo por conta própria, sozinha. Até que esbarrei com um poeta português na blogosfera, do qual acabei me tornando uma pessoa próxima e que me ajudou a entender melhor o que é a poesia (não vou citar o nome dele, porque acredito que ele prefira assim... risos). Depois que fiquei segura, passei a andar por conta própria e criei meus parâmetros para escrever. Passei a ter os meus gostos e as minhas opiniões no que dizia respeito à minha poesia e à dos outros. Entretanto, preciso dizer que este poeta foi, inicialmente, o meu orientador, foi quem me incentivou, me estimulou, foi quem me disse "isso não está bom... falta isso, falta aquilo..." Por tudo que fez por mim e que ainda tem feito, eu te agradeço, meu poeta... Tu sabes...

9. Qual seu movimento artístico preferido?

Simplesmente não tenho um movimento artístico preferido. Eu gosto de tudo: poesia moderna, romântica, parnasiana, simbolista... Porém, os rótulos não me importam. Eu leio o texto e, se gosto dele, não faz diferença quem escreveu ou em qual movimento literário o escrito se encaixa. Isso, para mim, não tem a menor importância. Gosto, sim, de determinados autores. Por enquanto, posso citar Mario Quintana e Fernando Pessoa. O Quintana é uma grande paixão minha. O grau de afinidade entre mim e ele é fora do comum. Quando o leio, parece que vejo a mim mesma, é incrível o grau de entendimento, de proximidade. Tudo em Quintana me encanta, adoro e admiro o jeito como ele escrevia.

Sobre Pessoa, a situação é um pouco diferente. Eu também me identifico com os textos dele, mas essa identificação é um pouco menor (com o Quintana é muito mais à flor da pele e acontece quase sempre que me deparo com um texto dele). Ainda assim, Fernando Pessoa me fascina pela forma como ele escrevia, pelo seu estilo. Para mim, foi um dos maiores gênios que a poesia já teve. A capacidade que Pessoa tinha de alcançar o universal, de escrever uma frase simples de maneira diferente, única, mesmo sem lançar mão de metáforas muito carregadas e excessivamente enfeitadas, é descomunal, é realmente admirável. Ele sabia torcer a palavra a seu favor, sabia deixá-la aos seus pés. Fernando Pessoa foi um mestre na arte de escrever.

Claro que além destes, há outros autores que eu aprecio. Há, por exemplo, Florbela Espanca, com os seus sonetos sublimes, belíssimos, com as suas "chaves de ouro" extraordinárias. Ela tinha um brilhantismo incontestável. Suas metáforas são exuberantes, mas não possuem uma exuberância vazia, usada apenas para encher métrica ou para deixar o texto "bonito". Suas metáforas possuem, na minha modesta opinião, conteúdo, são verdadeiras "sacadas" de mestre. E tudo sempre de muito bom gosto. Os sonetos de Florbela são estonteantes, lindos e profundos.

10. Se pudesse escolher, que poeta gostaria de conhecer/ter conhecido pessoalmente? Por quê?

Quintana terá que me perdoar, mas, como tenho que escolher um, eu escolheria o Fernando Pessoa, por tudo que já citei aqui anteriormente e porque ele tinha uma personalidade enigmática e intrigante. Ele era uma pessoa que eu teria gostado muito de conhecer.

Sei que Quintana não ficará bravo comigo, pois ele e eu somos praticamente íntimos, amigos de longa data, com profundas afinidades, embora eu nunca o tenha conhecido...

***
Sogrita, foi MARAVILHOSO responder às suas perguntas. Amei!!! Muito obrigada por essa linda oportunidade.

Amo-te

Norita Lane